Mundus Admirabilis
2020
Vinil adesivo/ adhesive vinyl
Projeto Caixa de Pandora, Casa Yunes, São Paulo, Brasil.
Mundus Admirabilis
2019
Vinil adesivo/ adhesive vinyl
“Recovering stories, recovering fantasies”. National Museum in Riyhad, Ryihad, Saudi Arabia
Foto/ photo: Eduardo Verderame
Mundus Admirabilis
2017
Vinil adesivo/ adhesive vinyl
“Future Shock”. SITE Santa Fe, EUA/USA
Foto/ photo: Eduardo Verderame
Mundus Admirabilis
2010
Vinil adesivo/ adhesive vinyl
Poznan Biennale Mediations, Poznan, Polônia/Poland
Foto/ photo: Eduardo Verderame
Mundus Admirabilis
2010
Vinil adesivo/ adhesive vinyl
Poznan Biennale Mediations, Poznan, Polônia/Poland
Foto/ photo: Eduardo Verderame
Mundus Admirabilis
2007
Vinil adesivo/ adhesive vinyl
20 x 20 x 7 m
“Jardim do Poder”. CCBB, Brasília, Brasil
Foto/ photo: Luigi Stavale e Eduardo Verderame
MUNDUS ADMIRABILIS
A ideia de usar imagens de insetos daninhos para comentar aspectos de deterioração e conflito pertence ao universo conceitual de trabalhos ainda inéditos que venho planejando e mesmo executando, pouco a pouco, em diversos meios, na tentativa de reatualizar, na contemporaneidade, as velhas pragas bíblicas, históricas e míticas. Operando na hipótese de sua possível transposição para outros territórios da significação, as pragas revisitadas seriam metáforas não-lineares das pragas muito mais furiosas que hoje em dia nos assolam, a nível mundial e global, em diversas frentes: sociais, ambientais, culturais e””civilizadoras”, ameaçando um futuro que parece a cada dia mais inviável.
A reatualização das pragas, metaforizadas poeticamente e afastadas de qualquer transcrição literal, teve inicio nas numerosas imagens de insetos daninhos que venho aplicando a peças de porcelana branca de uso cotidiano, onde as figuras dos insetos estão fixadas e aparentemente “amontoadas” por meio de técnicas de terceira queima.
MUNDUS ADMIRABILIS, a instalação com insetos gigantes que atendeu ao convite do CCBB de Brasilia para um site specific na grande caixa de vidro instalada nos jardins da instituição, deriva diretamente destas porcelanas pintadas e se conecta a outras obras, anteriores, onde pegadas humanas ou de animais , sombras e trilhas de pneus foram motivos de intervenções que contaminaram e re-semantizaram as arquiteturas a que foram sobrepostas.
MUNDUS ADMIRABILIS transportou para a caixa de vidro do CCBB inúmeros insetos escolhidos entre as espécies classificadas como daninhas. As imagens foram apropriadas de publicações de História Natural, e reproduzidas de tratados do século XVIII , onde busquei características específicas para os insetos que deveriam compor o MUNDUS ADMIRABILIS. Eles deveriam ser desenhados, com a sintaxe particular das ilustrações científicas pré-fotográficas, descritivas e muito detalhadas que, muitas vezes, incluíam espécies totalmente imaginárias.
No projeto da instalação no CCBB , tendo como suporte uma caixa de vidro de 20 x 20 m e paredes transparentes de quase 7 metros de altura , o grupo de insetos daninhos ganhou a escala agigantada que é sua marca mais forte. O fato dos insetos serem enormes, é justamente o dado fantasmagórico que faz perceber a caixa de vidro como jaula gigante, onde imagens de espécies incompatíveis e fora de proporção entre si, parecem conviver em isolamento magnífico.
MUNDUS ADMIRABILIS é uma imagem digital de grande formato, realizada como plotagem, com duas finalizações: vinil adesivo recortado e aplicado sobre as paredes de vidro e vinil adesivo impresso sobre o chão. No contexto da exposição “Jardim do Poder” os insetos gigantes ganham uma conotação política mais focada. A caixa de vidro se vê como um pavilhão de jardim atravessado pela luz que é, ao mesmo tempo, morada e lugar de devoração de espécies conflitantes. Diante ou dentro da caixa iluminada, podemos exercitar nossa observação e nosso “maravilhamento” frente aos hiperbólicos seres daninhos, finalmente enjaulados.
Regina Silveira
Março, 2007.
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